Entrada do palácio |
Acordo pela manhã com o administrador do hostel falando:”- Já são 9 horas, hora de fazer o check out”. Ainda bem que estava finalizando minha mala, mas ainda precisava comer alguma coisa pra agüentar o dia de andanças pela capital francesa. Como meu cereal, tomo meu suco de caixa. Sigo meu rumo. Rumo ao próximo hostel. Precisava deixar a mala em algum lugar e mergulhar novamente em Paris.
Depois de várias estações. Linha verde, amarela, laranja... de tudo quando é cor, acho meu hostel. Na entrada um bar bem estilizado, por trás um hostel bem aconchegante. Melhor do que os outros por onde havia passado. Quem era o recepcionista do horário? Bingo... um brasileiro. Isso facilitou um bocado minha vida, enfim falava um pouco de português. Como nos outros, neste também não havia espaço particular para guardar mala. Usei da mesma confiança que das vezes anterior e caí em campo.
E sempre a difícil pergunta do dia... Para aonde vou hoje?
Sempre me falaram do Palácio de Versalhes. Sempre ouvi na televisão principalmente durante a copa do mundo na França. Sabia que era um pouco distante e o acesso seria através de um trem. Não tive dúvidas, o “passe” que eu comprei dava direito a transitar por toda a Paris, inclusive para Versalhes, peguei o trem e fui!
Durante a viagem de trem encontrei alguns outros brasileiros. Do meu lado sentou um baiano que visitava Paris pela terceira vez. Antes de começarmos a conversar, ele confessou que achava que eu fosse londrino. “Peraí... Londrino?”, falei. Logo veio o motivo... o livro com o qual estava tinha um adesivo gigante com o preço em libras. Aí deu pra entender! (risos)
Como brasileiro ajuda brasileiro, pelo menos nas vezes que precisei, com esse baiano não foi diferente. Depois de comentar da minha coragem de ir pra Europa sozinho e pela primeira vez, me deu todas as coordenas de Versalhes. Desde a posições geográfica e história ao gigante jardim e museu. Despedi-me e saí rumo ao destino: o gigantesco e fantástico Jardim de Versalhes.
Um dia seria muito pouco pra conhecer todo o jardim. De cima eu conseguia ver a grandiosidade do local. Coisa de filme! Tudo limpo, jardim bem cuidado. Vejo os jardineiros e começo a conversar. Tudo era muito simétrico e como se conseguia isso? Eles me explicaram todo o funcionamento de corte daquelas árvores. Todas com um formato diferente de tudo que eu já vi. Eles levam, para podar cada uma, pelo menos 4 horas. Corte rente que faz parecer feita de espuma artificial. Cada árvore é podada 2 vezes por ano. Por isso não era a toa toda aquela beleza!
Mais meia hora para chegar ao centro de Paris, de trem. Durmo durante a volta. Perco a parada. Quem está ao meu lado? Não... não é um brasileiro, é um japonês que me ajuda desta vez. Desço e sigo rumo a Catedral de Notre Dame.
O que mais me chamou a atenção em Notre Dame foi a naturalidade que uma missa é realizada durante a intensa entrada e saída de turistas, com suas máquinas e suas conversas. Tudo é projetado pro turismo, e a única coisa que se pede na igreja é uma doação. Saio de Notre Dame, volto ao hostel, tomo um banho. Versalhes tirou toda minha energia.
O que tem pro jantar? Comprei Lasanha de microondas. Quem me ajudou na cozinha? Um grupo de suíças. Ainda me queimo e riem de mim. Todo mundo estava cozinhando e eu, preparando da forma mais fácil possível, ainda me dei mal! Elas falavam um pouco de espanhol também. Quando eu esquecia alguma palavra em inglês, tentava um plano B!
Palácio de Versalhes |
Divido o quarto com um Japonês que me ajuda a carregar minha bateria com seu super-mega-master adaptador para qualquer tomada do mundo. Desço, afinal estou num bar. Encontro um coreano que também está jantando e começamos a debater as diferentes culturas. Eu não sabia, por exemplo, que na Coréia não se pergunta quantos anos você tem, mas o ano que você nasceu. Simples, mas achei interessante!
Cai uma chuva, todos entram. Eu precisava repor as energias. Amanhã seria o dia mais longo, já que sairia de mala nas costas e dormiria num ônibus em mais uma cansativa viagem.