segunda-feira, 6 de julho de 2009

Diário de Bordo (3) - Ora pois...

Cheguei em Portugal, conexão para Londres. Depois de 7 horas de viagem, depois de ter feito de duas cadeiras uma mini cama e ter sonhado várias vezes que o avião estava a aterrizar - em cada turbulência – cheguei. Já adiantei meu relógio em 4 horas, já tive meu passaporte carimbado, e já estou aguardando nova chamada. Só não entendi até agora por que, na aterizagem, houve um aplauso coletivo. Por que motivo? O de ter chegados vivos? Será cultura daqui? Nunca vi isso no Brasil! Vou perguntar ao Google!

Como marinheiro de primeira viagem, só, e num país que fala português - mas se for rápido é difícil de entender... fui ao balcão de informações perguntar onde era o terminal 2. Depois do “vira a esquerda, a direita, a esquerda novamente, a direita novamente” a atendente pediu para no final pegar um autocarro. E vai eu entender que um autocarro é um táxi...

Só começou agora...
Depois de andar um bocado, perceber que não era o terminal 2, era o 1, onde já estava, fui pra um balcão de embarque...

“- Senhora, onde embarco para Londres? É conexão.”, disse eu
“- Cadê seu cartão de embarque?”, falou ela (parecia com Susan Boyle)
“- Eu só tenho esse documento impresso da internet...”
“- Você tem o cartão de embarque!”

A adrenalina subiu na hora (seria o fim da minha viagem?)... onde poderia estar meu cartão de embarque?

“- Tenho não senhora.”
“- Veja nos seus papéis aí. Eu trabalho aqui há 30 anos e a maioria dos brasileiros dizem que não tem cartão de embarque”

Abri a bolsa. E vi um cartão com nome TAP.
“- Seria esse aqui?”
“- Eu não falei, eu trabalho há 30 anos aqui e sempre acontece isso.”

Só me restou olhar pra “Susan” e começar a rir. Não sei se da minha inexperiência ou de alívio de não ter minha viagem interrompida!

Pareceu mágica aquele cartão está na minha bolsa, realmente não lembrei.

(tentando entrar no Google...)

A internet é paga aqui no aeroporto?
Preços do serviço: 15 min. - 1,50€ 30 min. - 2€ 1 h. - 3€ 2 h. - 5€ 24 H - 10€

Google fica pra depois. Fui!

Diário de Bordo (2) - Um matuto em Londres (Ou a versão inglesa: The Matuth in Lodon)

Hoje embarco. Todas as recomendações já foram “exaustivamente” revistas, os contatos realizados, itens da mala revisados. Agora é se preparar para viver a viagem. O planejamento foi feito, mas a realização, geralmente, tende a ser diferente... (pelo menos é isso que eu espero... e a graça numa viagem está justamente aí...).

Esses dias que antecedem a viagem me fez voltar ao tempo de menino. O tempo que eu morava lá no interior, na mesma rua onde existia uma padaria (a da minha família), uma farmácia, um supermercado, uma prefeitura e uma igreja. Estudava pacientemente, não somente pelas boas notas, mas também pra ter mais tempo de férias em Recife (Minha Londres de hoje), seja em julho, janeiro ou dezembro (geralmente eram todos esses meses). Eu sabia que iria encontrar o cinema, o shopping, a praia, o parque de diversões, o Mc Donald’s (e o Mac lanche feliz com o brinde!), os arranha céus, a movimentação, as coisas diferentes que eu não encontrava naquela pequena e pacata cidade chamada Gameleira. Prestes a entrar de férias me perguntava: “- O que vou encontrar lá desta vez?”, “- Ficarei na casa de quem?”

Agora, quase um ancião (porque aos 10 anos eu achava que ter 26 era ser velho...) me faço as mesmas perguntas antes de começar esse tour. O que justifica o mesmo sentimento. O da expectativa de uma aventura, de descobertas!

Desta vez to indo atrás da cultura nos museus; to indo atrás da arquitetura que desconheço; de uma movimentação “turbo”; de um dia-a-dia que só indo pra saber o quanto é de diferente. To indo atrás das fotos, muitas fotos! Só não to indo atrás do Mc Donald’s, acho que isso pode ser substituído pelos Pubs!

Com uma reflexão dessa percebi que o cenário pode mudar, mas você não... Acho que a busca pela novidade faz parte do meu DNA!

Diário de Bordo (1) - Caindo no mundo de mochila e máquina na mão

Tinha planejado para minha aposentadoria uma vida de aventura. Afinal, os últimos anos da vida, pesava eu, deveriam ser os melhores. Cheio de experiência, desafios superados, sonhos realizados, grana e tempo disponível. Planejei rodar o mundo fotografando e escrevendo num blog minha volta ao mundo, de mochila, em comemoração aos meus 80 anos.

Porém, resolvi antecipar em alguns poucos anos esse sonho. Não poderia ser uma volta ao mundo, já que início de carreira os redimento$ pra se fazer isso $ão poucos (meus sonhos sempre passam por adaptação), mas provar um pouco do gosto de viajar e concretizar uma idéia que a osteoporose, a catarata e as pontes de safena poderiam me impedir de realizar lá na frente.

Mas pra onde ir quando se tem vontade de rodar todo o mundo e se tem pouco dinheiro e tempo para isto? Decisão difícil... A primeira viajem precisaria ser um mix entre passado e futuro. Queria fugir do lugar comum, pelo menos por enquanto. Decisão feita. Destino: Londres.

A Inglaterra me fascinava. Seja pelo inglês, a segunda língua que escolhi falar, seja pela história da hegemonia mundial do passado... É a Inglaterra da família real, da revolução industrial, dos Beatles, dos Rolling Stones, da ciência, da tecnologia, dos museus, das pubs, da modernidade, da congregação de todas as nacionalidades... Então não existiria lugar melhor pra começar essa história de “carteiro viajante”!

Cá estou eu, arrumando minhas malas pra fazer essa viagem, após seis meses da decisão - embora já tenha viajado um bocado, virtualmente, claro. A internet tem me ajudado muito. Pesquisas no google maps, sites de relacionamento, conversas com mochileiros, sites disso, daquilo. Pra saber mais sobre a cultura, pra saber preços de coisas, pra fazer contato com o mundo. (To sentindo que ele ta ficando cada dia menor!). Mas nada substitui uma real experiência – e eu tô na expectativa pra chegar a hora de embarcar.

Lá ta verão. Semana passada deu 30 graus. Londres está com clima de Brasil. Fenomenal!
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