quinta-feira, 9 de julho de 2009

Diário de Bordo (6) - A bateria da câmera acaba na segunda foto do dia.

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Família curtindo uma tarde no Kew Royal Park

Hoje o dia foi um dos mais bonitos até agora. O céu estava azulzinho, o sol estava brilhando. Sai de casa feliz. Afinal o dia renderia boas fotografias. Parti rumo ao Big Ben, o ponto de onde havia parado no dia anterior. Achei que ficaria legal o reflexo do sol naquela estrutura dourada e ao fundo o céu azul. Dei dois cliques. Eis que a máquina para de funcionar. O que seria? Isso mesmo. A bateria acabou!

Imaginem minha angústia ver um dia fantástico, de sol, céu azul, e eu sem a máquina?

O sol parecia que brilhava cada vez mais. O céu parecia que ficava cada vez mais azul. Comecei a ver várias máquinas iguais a minha com os turistas. Nunca vi tanta Nikon pendurada no pescoço dos outros como vi nessa hora. Para cada lado eu imaginava uma foto. Não só uma foto, mas a melhor foto de toda a viagem, a que poderia ter fotografado naquele momento. Mas o que fazer agora?

Respirei fundo. Continuei minha caminhada. Eu tinha que fazer daquele dia um dos mais interessantes mesmo sem minha companheira.

Vi muitas pessoas entrando no sede do parlamento inglês. Pensei: "- Talvez essa seja a minha chance de ver como funciona a política na Inglaterra". Perguntei como poderia entrar. Depois de passar por uma série de revistas, algumas medidas de segurança (para o parlamento, claro) entrei no recinto. O que me confortava é que ficava bem claro que não poderia fotografar. Acredito que se a câmera tivesse funcionando eu iria usar a mesma técnica de espionagem da academia de arte. Mas não pensei nisso. Eu não queria era ver o céu e o sol!

Passei uns 30 minutos esperando ter lugar na platéia. Enquanto isso conversei com um americano que era assistente judiciário em Washington D.C. Quando falei que era do Brasil, Pernambuco, Recife, ele me falou que tinha uma amiga em Washington que os pais dela moravam em Recife. Conversa vai, vem e chega a hora de entrar na sessão.
Muito bonito o parlamento desde a sua entrada (algo de estrutura gótica) até a sala onde acontecem as discussões. É uma mistura de antigo com o moderno. Difícil de explicar. O que eu gostei realmente de presenciar foi a reação do público diante dos posicionamentos tanto do governo quanto da oposição. Hora riam, hora murmuravam. E numa educação que eu nunca vi. Era o líder pedir calma que todos se calavam (igualzinho ao Brasil).

Saí do parlamento. Passei uns 30 minutos. O mesmo tempo para entrar. Eles falavam muito rápido não deu pra entender muita coisa. Passei esse tempo contemplando a estrutura e as reações, estas são universais.

Continuei minha caminhada, vale lembrar... sem máquina. Rumo ao centro, mesmo local onde já havia passado. Foi um conforto pra não ter que ter vontade de fotografar já que as fotos já estavam em casa. Fui a uma loja, do tipo C&A comprar uma camisa com o nome LONDON.

Kew Royal Park
Voltei pra casa muito cedo. Mas tinha um plano B.

Coloquei minha bateria pra carregar, respondi meus e-mail, acessei a net (pra ganhar tempo). Máquina ok, fui para o Kew Royal Park andando. Eu estou no bairro chamado Kew Garden e bem próximo tem um local onde há vários espaços com espécie de plantas de todo o mundo. Li que é patrimônio da humanidade desde 2004. Fui conferir o que havia lá.

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Espécie de vitória régia no Kew Royal Park


Verde, verde, muito verde, o que renderam fotos muito boas. Seja da senhora contemplando a natureza, seja das crianças brincando, seja dos animais interagindo. No parque estava acontecendo uma festa em comemoração aos 125 anos do parque. Uma banda estava tocando Beatles e haviam várias barracas que vendiam de comida à produtos da copa da África do Sul.

Hoje não só ganhei fotos legais como a experiência da improvisação. Quando tudo parecia está perdido... encontrei uma alternativa.

Diário de Bordo (5) - Uma caminhada por locais fantásticos.


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Crianças no Green Park


Já sei andar em Londres, ou melhor, já sei ler mapas. No primeiro dia eu virava numa rua, na outra, e o mapa continuava na horizontal... acabava me perdendo. Ontem mesmo descobri que posso seguir com o mapa de cabeça pra baixo (não é fantástico!). Isso tem facilitado bastante minha vida.

Como cada dia a gente aprende alguma coisa, além do mapa, aprendi que quando viajamos só devemos escolher a pessoa certa para “bater” uma foto nossa. Ontem o espanhol cortou minha perna. Pra um fotógrafo ter a perna cortada numa fotografia que ele está é o mesmo que tirar doce de criança. Mas como se trata de um favor... Então aprendi que: peça a alguém que está com uma máquina semi profissional na mão. Não que as pessoas que tenham aquelas máquinas menores não saibam fotografar, mas a chance de você acertar é muito pequena. Geralmente quem compra uma máquina maior já tem noção de espaço.

Em frente ao Museu Nacional de Artes de Londres
Hoje fui fotografado por um Coreano (com uma máquina Canon); um indiano (com uma Nikon) e uma inglesa (Nikonzeira também). As fotos ficaram bem enquadradas e que servirão pro meu álbum pessoal.
Pois bem, hoje visitei o Museu Nacional de Artes de Londres. Obras de inúmeros pintores famosos. Tudo é muito bem estruturado e a vontade de registrar me cegou no aviso: “proibido fotografar”. Tirei o flash da máquina, posicionei no pescoço e como um espião comecei a dar os cliques sem “quase” ninguém notar. Minha preocupação não era como enquadramento. Era com a possibilidade de um “vigia” ver que eu estava burlando o aviso. Clique daqui, dali.. eis que surge um dos “vigias” de obras de arte... “- Senhor, poderia colocar a tampa da máquina?”, disse ele. “-Oh, claro!”, disse eu com a cara de “- nem tinha visto que estava sem a tampa...”.

Saí do museu fui à praça que foi construída em comemoração a vitória que a Inglaterra teve em cima da França na batalha de Waterloo. Vi um leão gigante, lembrei do Sport. E claro, pedi pra um turista me fotografar, um senhor, japa!

Saí da praça e tinha duas opções a fazer: conhecer o palácio da rainha Elizabeth ou ir direto para o Big Ben. Escolhi a Rainha. Realmente é fantástico o lugar. Gramado bem tratado, ouro, luxo, turistas, muito turistas. Aqui na Europa é verão, então acho que tinha o dobro de gente. Quando cheguei uma banda tocava, devia ser a banda real (se é que existe isso). Os guardas são muito bem treinados. É uma simetria de movimento perfeito.

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Mãe, filha e pombos no Green Park

Sequei todo o Palácio de Buckingham e fui para o Green Park. Fotografei todo o estilo de vida Londrino no verão. Lá é a praia deles. Apenas sol, sem mar! Em uma parte do gramado há cadeiras de praias similares as que existem no Brasil. Cansei. Sentei. Eis que surge um indivíduo com cara de Japonês misturado com Chinês (se é que tem diferença), me pedindo pra tirar uma foto dele. Depois do “Thank’s” final ele perguntou se eu era brasileiro. Definitivamente eu tenho cara de brasileiro, que maravilha! (como se brasileiro tivesse uma aparência definida), ou melhor tenho jeito de brasileiro (como seria esse jeito?).

Ao fundo, o Big!

Esse brasileiro era psiquiatra, de Brasília, e estava em Londres pela quarta vez. Eu poderia aproveitar pra ter uma sessão psiquiátrica com ele, mas acho que foi ele que teve uma sessão comigo. Acho que toda a conversa que ele escutou dos clientes acabou descontando nessa conversa. Mas o cara é muito legal, me deu dicas de locais pra visitar, locais para fazer compras baratas, locais de curso de curta duração de inglês etc... Dois brasileiros juntos só podia dar em Samba.

Estava sem rumo. Qualquer lugar era lugar. Eu e meu mais novo amigo brasileiro em Londres seguimos para o Big Ben. De uma só vez vi o Big, a roda gigante do milênio, o parlamento e o rio. Mas muito superficialmente. E como estava chovendo e nublado achei que não garantiria boas fotos.

Brasileiro é igual em tudo quanto é canto. Falei pro meu amigo que estava com uma bandeira do Brasil na bolsa pra usar num momento e numa foto oportuna. Aí sugiru a idéia de tirar uma foto olhando pro Big com a bandeira nas costas. Ficaram muito legais as fotos! (risos).

Fim do dia. Volta pra casa.
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