Chego à estação. Pego o metrô para o aeroporto de Heathrow. E quando parecia que as aventuras tinham tido um fim, o metrô quebra. “O que foi isso?”, pensei. Vejo todos os passageiros saindo de mala em direção à saída. Não sabia para aonde eles estavam indo. Segui. “Devem estar indo ao aeroporto”, pensei. Afinal, todos estavam com malas de viagem.
Na dúvida resolvi perguntar “Para aonde estamos indo?”, uma senhora informa que todos estão em busca de um ônibus para ir ao aeroporto. Nem ela, nem ninguém sabia qual seria o ônibus necessário. Em seguida recebemos um papel com o nome de todos os ônibus. Pegamos um. Não parou por aí. Foram três ao final.
A cada parada, incertezas. “Será que estamos indo em direção ao caminho certo?”, é levantada a questão. Dentre uma parada e outra surgem moradores locais que nos orientam nessa caminhada rumo a Heathrow. E o tempo passa. A hora do check-in chega e nada do aeroporto surgir.
Entre um ônibus e outro, caminhada. Sigo eu minhas três malas. À frente a senhora que me adotou como neto por aqueles minutos. Estavam ela e o marido, ambos dos Estados Unidos. Repetidas vezes a vi conferindo se eu ainda estava lá trás. Eu tinha uma única orientação: o papel que estava com ela.
Chegamos ao aeroporto. Falta pouco tempo para o check-in finalizar. Agradeço a minha “vó do busão” e corro como um atleta de 100 metros rasos. A respiração fica ofegante, começo a suar. Corro as esteiras rolantes pedindo licença, desculpa e às vezes nem era necessário, o barulho do carrinho de bagagem já falava o quanto de pressa vinha alguém atrás.
Chego ao terminal 1 conforme estava escrito na minha passagem. Peço informação. “- Onde é o balcão da TAP?” "-Terminal 2", responde um funcionário do aeroporto. “-Sério?”, pergunto novamente. “-Pelo menos é o que está aqui no papel”, responde o funcionário. Eu havia descido do ônibus no terminal 2, teria sido em vão todo meu esforço?
Chego no terminal 2 mais ofegante que nunca. Suado, cansado de tanto trocar as malas de carrinho em carrinho, de subir escada rolante, de correr na esteira rolante. Faço a mesma pergunta a outro recepcionista. “Onde é o balcção da TAP?”. “-Senhor, é no terminal 1”, responde a recepcionista. “O que? Meu Deus eu não acredito! Você ta falando sério? Vim de lá agora. Ajude-me! Vou perder meu vôo!”, falei num tom de desespero e mais ofegante que nunca!
Depois de receber todas as coordenadas dessa recepcionista e receber um “-Boa sorte!” segui rumo ao terminal 1. Era tudo ou nada. Corri. Desta vez não como um atleta de 100, mas de 50 metros rasos. Era minha última chance de não perder o vôo.
Chego ao terminal 1. Vejo que uma gama de opções são oferecidas. Descubro que o número dois que me foi mostrado da primeira vez não era do terminal e sim do andar. Não tenho tempo de consertar quem me deu a informação errada. É hora de correr ainda mais e achar o balcão naquele mundo de lugar!
Acho o balcão da TAP. Furo fila pra não perder meu vôo. Chego na “lâmina” do tempo. Já não via mais o relógio. A angústia iria aumentar e eu precisava de energia pra chegar em tempo. Precisava de disposição.
Consigo! Entro no avião!
Chego em Portugal. Por que eles são tão mal humorados? “- Moça, conexão para o Brasil, aonde vou?”, pergunto. “- O Brasil é muito grande!”, responde. Era difícil trocar por “- Para qual estado você vai?”. Eu não faço ponte aérea Brasil-Portugal diariamente para saber que saem vários vôos para o Brasil a partir de um único avião, como esse que veio de Londres.
Passo no Free shopping. Vejo uma mulher parada. Tenho dúvidas. “-Você trabalha aqui?”, perguntei. “- É o que parece”, respondeu a moça. “- Desculpa, eu iria pedir ajuda, mas desisti agora”, falei. “-Eu estava a brincar”, falou a moça num tom nada amigável. “- Eu procuro o que eu quero só, obrigado”.
Seria TPM nesses dois casos ou seria o jeito português de ser? É uma dúvida que tirarei apenas quando visitar esse país. Da lista, agora, é o último.
Chego ao Brasil. Fim da Viagem. Hora de me readaptar a realidade local e viver as aventuras locais. O que não dá, obviamente, para escrevê-las. Trabalho, estudo, esporte, amigos, família... uma infinidade de coisas que fazem a gente ser o que é, e talvez por isso são difíceis de descrever. Agora só em outras férias. Quando? Pra onde? Ainda é uma incógnita!
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